quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Em resposta

Olá a todos nossos amigos visitantes,
 
Recebemos um comentário de um internauta, que se identificou como DiePorFer, e, pela pertinência e importância do seu questionamento, resolvemos publicar suas perguntas, com os devidos esclarecimentos do que os integrantes do Projeto Chô Cegonha afirmam e defendem a respeito.  Segue abaixo o comentário e, em seguida, nossa resposta. Gostaríamos de agradecer o prestígio e questionamentos, como este, que valorizam nosso trabalho e nos motivam a continuar sempre em frente.

Até, um abraço da equipe Chô Cegonha.

Enviado por DiePorFer, em 20/09/10:
"Desculpe ser o advogado do diabo, mas o nome Chô Cegonha não sugere evitar ter filhos a todo custo?
Num dos folderes de divulgação também lê-se: "Diga sim à educação, à liberdade e a vida." O meu receio é quanto a se passar a idéia errônea de que acontecendo uma gravidez seja o fim da vida da adolescente. Será que isso não dá a adolescente um brecha para o pensamento de tendo engravidado buscar um aborto? Um crime e inclusive um  risco para a mãe? O Chô Cegonha é favor do aborto e da pílula do dia seguinte?
"
Em resposta, DiePorFer:
O Projeto Chô Cegonha é uma iniciativa que se propõe à orientação e informação, de crianças e adolescentes, sobre a prevenção de uma gravidez inesperada. Para nós da equipe de professores e orientadores, ninguém deve ser indesejado. Para tanto, sequer empregamos a palavra “indesejada” em nossas abordagens. Utilizamos sempre em nossas palestras o termo “gravidez inesperada”, aquela que não foi planejada, mas que pode, e deve, vir a ser amada. A abordagem serve, principalmente, para conscientizar os jovens de que uma gravidez pode atrapalhar o processo dos estudos (pela evasão escolar), do amadurecimento (pela adição de responsabilidades prematuramente) e de todo o futuro restante dos jovens (pois 'filhos são para sempre'). Não demonizamos a gravidez. Valorizamos a vida, e procuramos despertar a consciência da juventude para que, quando este momento especial ocorrer, da gravidez, seja acompanhado do devido suporte  ecônomico, psicológico e familiar que merece, de forma a transcorrer de uma maneira saudável a todos os envolvidos.

Quanto ao aborto, além de ser um crime em nosso país, é uma das principais causas de morte de gestantes em qualquer idade. Por ser uma prática criminosa, não há serviços especializados que atendam pessoas que desejem praticar este ato, o que obriga as mulheres que optam por essa estratégia a se submeterem a serviços precários, clandestinos, que se tornam verdadeiros matadouros de seres humanos, colocando em risco, inclusive, a vida das próprias gestantes. O Projeto Chô Cegonha não incentiva, nem apoia, o aborto em nossos contatos com crianças e adolescentes, ao contrário, alerta para os problemas e riscos advindos da prática abortiva.

Por fim, o comprimido, ou pílula, do dia seguinte é um contraceptivo de emergência e não é abortivo, segundo o ginecologista Luciano Melo Pompei, membro da diretoria da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia): 
No meio científico só considera-se gestação a partir do momento em que existe nidação (quando o embrião adere ao útero). Essas pílulas agem antes da nidação e jamais provocam a perda do embrião se ele já estiver aderido”.
Portanto a abordagem da pílula, em nossas apresentações, entraria apenas  como método contraceptivo, ressaltando seus riscos de uso, e seu caráter emergencial (que também deve ser evitado, no caráter continuado).